Segredo antigo (by Dendê)  

Posted by: Liz Silveira

- De repente, fuçando arquivos antigos do blog, encontrei este post que não seria jamais publicado... não fosse o pedido de um, e a vontade da outra. Estava com vergonha, ainda era cedo para revelar a certas besteiras. Mas agora, tanto faz, pouco importa... quero mesmo é ser essa boba torta... o que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo, hein??
(hehehe
...)
Eu vou contar um segredo. Mas fica só entre nós, tá?

Sabe aquela coisa meio utópica que nos dizem em relação à vida? A famosa nada é por acaso? Então... eu acho que concordo. Acho não, defendo como tese!
De repente, esse acaso resolve acontecer e pimba: muda tudo. Vem um furacão Katrina aí da vida e tira tudo do lugar, faz um salão nos meus pensamentos e faxina no resto todo. Por dentro e por fora. Logo no início era um conflito armado. Eu lutando comigo e contra aquele caos instalado no universo ao meu redor. Dúvidas, incertezas e receios eram engolidos concomitantemente ao café, almoço e jantar. Até que, de repende, ergui bandeira branca e deixei o acaso ganhar. Olhei para a felicidade e disse, acanhada: "vem, pode entrar".
E foi a melhor coisa que já fiz. Estou desafiando todas as leis antes impostas. As minhas próprias leis. Como pode, Liz, estar sempre bem? Como? De repente, comprar parafusos virou um programaço em plena segunda-feira branca. E o pior é que eu estava verdadeiramente feliz encostada naquele ombro, cansada, com sono e em pleno meio dia. Achar interessantíssimo entrar naquele cubículozinho cheio de porcas, parafusos e uma coisinha engraçada que eu acho que se chama Chapéu de Parafuso. Ah, sei lá. E eu ficava lá, encostada no balcão enquanto ele, usando botas engraçadas, comprava Chapéus de Parafuso. Sem querer, distraída, observava alguma coisa na rua quando o percebi lá, olhando pra mim e sorrindo com a mão na cintura. Mas não sorria sozinho, os seus olhos também. Logo, pensei, tem alguma coisa errada. Se ele está assim, como é que eu estou? Babando?
E quando a melhor parte da festa é a volta pra casa, quando juntos incorporamos uma dupla aventureira, ambos com menos de 15 anos, e berramos sem juízo todas as letras estranhas daquele CD estranho mas que vocês sabem que, estranhamente, significa alguma coisa. Ou quando fazemos piada de tudo e todos e a barriga dói de tanto rir? Ou quando, lindos e perfumados, chegamos num bar lotado e um dilúvio nos pega de surpresa mas, mesmo assim, entramos, bebemos e nos divertimos como nunca?
Sem querer, assim... sem avisar, algumas pistas aparecem. Como quando despertamos juntos após 3 horas de sono apenas, e sorrimos dispostos a dar continuidade àquela sensação gostosa de estarmos juntos após mais um dia de agradáveis surpresas. Quando eu volto do banho enrolada em alguma coisa e você está lá de bermuda e cabelos molhados e vem me dar um beijo e um abraço. Você me olha daquele jeito... enquanto eu sinto aquele cheirinho do creme que você passa no rosto e que é só seu. Tem cheiro de "acordamos juntos". Eu gosto do seu jeito de andar e quando você fica me cheirando de olhos fechados. Eu adoro a sua risada contida e a sua cor, diferente da minha. E os seus olhos, diferentes dos meus. E a sua boca, quando beija a minha. Eu fico sem graça quando sei que você está me olhando e filmando cada gesto meu. Mas eu gosto disso. Eu acho graça quando você fica com ciúme e todo sério, mas basta uma piadinha minha que você sorri e dá três tapinhas na minha perna quando na verdade quer voar no meu pescoço (...)

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