Lealdade fulgaz  

Posted by: Liz Silveira


Incoerentes, inconscientes, indiferentes.


Adjetivos perfeitos para os nossos sentimentos.

Somos transgressores de nossos próprios princípios, de nossas próprias palavras. Certas vezes, isso chega a ser até engraçado, outras nem tanto...

De que vale à pena gastar tanto esforço e saliva reforçando as crenças do próximo? Mascarar uma lealdade fulgaz que decanta ao se deparar com a repugnante realidade?

É, meus caros, refiro-me a qualquer tipo de relacionamento: entre amigos, pais e filhos, irmãos, amantes ou companheiros com ou sem alianças douradas.


Se me permitirem, aqui vai um humilde conselho:


Não esperem nada de ninguém, sejam cúmplices de si mesmos!


Por mais que tentemos o contrário, sabemos que a cada dia que se passa envelhecemos um pouco mais, morremos juntamente com o lento rodopiar dos ponteiros. Com isso, também vai embora a nossa "eterna criança", a nossa bela infância que por muitas vezes insistimos em saudar.

Shh... Segredo (meu); segredo (seu)  

Posted by: Liz Silveira


Em cada olhar percebo vidas diferentes ao meu redor, leio segredos nos olhos de quem nem os vê. A cada passo a distância entre corpos os torna atrativos. Um imã desconhecido, compulsivo e destemido, a ponto de fazer tremer o chão de quem o sente. E nas palavras... sinto inverdades soltas no ar, deconexas, descombinadas...palavras que nem deveriam ser ditas!

A verdade é ignorada a cada instante. O pensamento impregnado se refaz como um mutante, num jogo de "brincar de se esconder" alucinante; Os sonhos são tão caros... e ninguém paga por eles. O segredo que você esconde derrubaria paredes de concreto (você, eu, você, nós, eles...).

Cale-se! Calam-se os pequenos, corróem-se os grandes...

Nada, nada. Tudo agora é nada!

"Não ouço, não vejo e não falo", e assim nossos medos nos dominam.

E seu verdadeiro eu se apaga.

então, ele aplaude.

Império de gelo  

Posted by: Liz Silveira


Água

prazerosa e traiçoeira

famosa em correntezas

invade e transborda emoções


Água

congelada e fria

conserva sentimentos

passado

alegrias


Mas basta um sopro

para que ela derreta e se renove

e então descongele...


Poderosas chamas

que destróem o nosso

império de gelo!


Que alegria! Começamos a desvendar os segredos da vida...

Surpresas  

Posted by: Liz Silveira


Há sempre surpresas

boas ou ruins, mas são sempre surpresas.

De quem você não espera vem, e de quem se espera não tem.

Surpresas...

Tanto  

Posted by: Liz Silveira




É tanto quanto parece


É tanto quanto não se deve


É tanto! Do mesmo tanto que se pede...




E enquanto o pranto desse nosso tanto ferve...


o meu encanto perde o tanto leve.




Se em meras frases o meu tanto voltar


enquanto houver tanto eu quero recordar


vou me armar de toda a força desse tanto


pra quando o pano que cobrir meu trono


resolver saltar.


E aí verás o quanto tanto que é nosso tanto!




E sem mais, haverá tanto o que acompanhar...






(Bom) Cinema  

Posted by: Liz Silveira



Como de costume, tenho assistido a muitos filmes. Passei um tempo acompanhando todos os lançamentos hollywoodianos, tudo muito bem produzido e bastante previsíviel aos olhos treinados. Mas tudo bem, vale a pipoca e os momentos de entretenimento. Mas graças a Deus voltei aos bons tempos de atacar as prateleiras dos filmes de arte, nunca deixei de fazê-lo, mas admito que deixei de assistir muita coisa boa... bem, nada que sessões domingais não resolvam, né? Rs...

Tornei-me assumidamente fã e aprecioadora dos filmes europeus em particular, mas afirmo que as produções brasileiras estão cada vez mais dignas de estrondoso reconhecimento. A arte aflora a cada interpretação emocionada dos nossos grandes e, muitas vezes, ainda pouco conhecidos artistas. Particularmente, o último longa nacional que assisti me deixou completamente fascinada e revoltada (adoro!). Refiro-me ao Era uma vez do reconhecido diretor Breno Silveira. O fato é que a fábula de Romeu e Julieta ganhou ares contemporâneos no filme. O velho dilema do "amor impossível" nesta obra de ficção é composto por duas vertentes da sociedade brasileira: a mocinha rica Nina (Vitória Frate) e Dé(thiago martins), um garoto favelado. Um tema essencialmente tão clichê como este foi transformado a partir de uma visão renovada. No mesmo instante em que ficamos inebriados com a aparente inocência do amor avassalador dos personagens principais, nos anestesiamos quando as outras faces deste relacionamento conturbado afloram!

É simplesmente DIVINO enquanto brasileira acompanhar o crescimento do mercado cinematográfico nacional.



Logo abaixo segue a letra da música tema do filme


Minha Rainha - (Interpretada por Luiz Melodia)
Eu sonhei
Que era rei
E você minha rainha
Quando acordei
Verifiquei
Que você não era minha
Meu coração
Quase parou de dor
Mas consegui
Te conquistar
Meu amor
Hoje acordado eu lhe juro
Que o sonho que eu tive
Era ilusão
Vivo com você Feliz
A rainha
Que tanto
Sonhei


ET, telefone, casa  

Posted by: Liz Silveira


Olá terráquios!

Seres humanos, como vão?

Assim vos chamo em respeito à minha aparente dificuldade em aceitar e me fazer aceita dentre esses tantos tão normais; chatos; pequenos; simplórios; previsíveis e intocáveis que ao meu redor habitam.

Não percebo nada novo, não vejo ninguém ousar... nada, nada, nada!


Como diria Arnaldo Antunes: "Sorroro, eu já não sinto nada!"


Eu como integrante da parcela "jovem" da população brasileira, considero-me apta a escrever sobre isso. E as minhas palavras para definir esta classe resumem-se em: monotonia, inércia, uniformidade e descaracterização.

As roupas são iguais, os cabelos cada dia mais improváveis, as piadas são as mesmas, assim como os pontos de encontro, as amizades, as brigas, os dias, as noites... os perfumes - isso mesmo! - que deveriam ser tão pessoais, reproduzem o mesmo aroma em centenas de "cangotes" por metro quadrado!


Onde está a juventude transviada? Os gritos de liberdade, a rebeldia com causa, a arte à flor da pele, o engajamento político-social, a boa música, os pequenos grandes prazeres dos nossos vinte e poucos anos...? Onde foram parar tantos grandes atos que marcaram épocas?


Só não venham dividir comigo essa auto-censura hipócrita. Gritem, amem, odeiem, abracem, beijem, esmurrem, mas VIVAM! Reajam, reclamem, façam e aconteçam! Só não fiquem aí enjaulados nessa gaiolinha repressora tipo exportação...

O que você quiser  

Posted by: Liz Silveira


"Você pode ser o que você quiser"


Foi o que certa vez meu pai me disse.

Enquanto crianças esperamos eufóricos pelo mundo de gente grande. Contamos nos dedos quanto tempo falta para a vida "começar". E mal sabíamos que essa tal de vida já corria há muitos segundos atrás...
Já quis ser astronauta. Mas logo desisti, pois tenho medo do escuro; pensei sériamente em ser professorinha, mas quando me dei conta de que nem todos os alunos seriam como os meus ursos de pelúcia, achei melhor mudar de idéia; então surgiram outras alternativas em minha ingênua cabecinha, como ser animadora de festas infantis; agente do FBI; médica ou veterinária!

Resultado: nenhuma das alternativas anteriores - é claro!

Cá estou eu neste louco mundo da comunicação. Este meio bastante prostituído que tanto amo e odeio ao mesmo tempo! Mas, incrívelmente, sou feliz assim.
É, pelo visto, eu nao sou o que eu "sempre quis"... ô frase mais ultrapassada.




Amor  

Posted by: Liz Silveira


... que sempre procurou o amor.

Amor de verdade.

Ridículo,

inconveniente,

que consome.

Amor do tipo "não posso viver sem você".

Bilhete  

Posted by: Liz Silveira


Cuidado, eu sou brasileira.

Mas sou pior, eu sou baiana.

Vou desanimar as mulheres

calar pretensas sereias

e algemar meu jovem senhor.

Eu que sempre brinquei com fogo,

agora ardo em suas chamas.

* O meu homem eu enrolo e me atiro a fumar.
Ao meu amado, que todos conhecem.

TPM  

Posted by: Liz Silveira


Oh céus!

Digam-me, o que será que se passa na mente de um ser humano perturbado (diga-se de passagem: do gênero feminino) no período da TPM?!

Que louco momento é este - mais de uma semana, melhor dizendo - que não nos permite raciocinar ou - mais raramente ainda - racionalizar as questões da vida?

Por que tudo tem que ser tão mais difícil? O trabalho é sempre mais árduo, as noites são sempre mais chatas, os dias são mais quentes - ou frios demais, o espelho deixa de ser um amigável conselheiro e se transforma na próprima imagem do inferno auto-retratada, a barriga mais saliente, os dedos mais gordinhos (educadamente dizendo), espinhas adolescentes reaparecem, as bochecham parecem se tornar independentes do resto do corpo de tão volumosas! E o apetite? Ah, o apetite tão voraz!!! Chocolates? Mais se assemelham aos oásis da minha imaginação...


Continuação:

os seios ficam inchados (isso é bom!), porém doloridos (isso é péssimo...), meus pés parecem bolinhos (o diminutivo foi propositalmente amigável) de fubá, se alguém me olhar torto posso até chorar, mas se qualquer indivíduo ousar puxar mais papo comigo do que eu estiver com vontade de debater... juro que mato ou mando calar a boca " na mesma da hora"! Em questão de segundos um simpático "bom dia" pode se tornar uma ameaça fatal à paz mundial!


Enfim... mas quando a menstruação chega: Aaaaaaah... tudo lindo de novo... e tenha um BOM DIA você também!





;)

Iron Man (Uau...!)  

Posted by: Liz Silveira




Depois de muita resistência resolvi assistir ao tão "esperado" Iron Man - O filme.


Eu faria de tudo para não ter que sentar meu querido traseiro baianíssimo numa daquelas poltronas do Cinemark para desfrutar de algumas horas ao som dos ruídos emitidos pelas sucatas do homem de ferro... Mas fui.


Fui e, aviso aos navegantes, ADOREEEEIIIIII!!!


Sim sim, sim! Assistam!


Eu costumo criticar bastante esse tipinho de filme ultra-padrão-americano, mas este foi ótimo. E querem ler uma opnião sincera? Acho que o sucesso do filme deve-se 90% ao charme do incrível Robert Downey Jr. Que charme... Que ironia!




Rrr... vamos parar por aqui, ok Downey? Rs...




Ame calado  

Posted by: Liz Silveira


Busque a quem se ama

mas também ame em segredo.

Ame calado

ou então ame baixo

Mas bem baixo... que é pra quem te espera

não ouvir esse teu medo

"Menos metáforas, mais sexo"  

Posted by: Liz Silveira


Ok, em tempos como este em que até os políticos nos mandam gozar (vide Marta Suplicy), não me resta muita opção a não ser apelar.


Tenho este blog há um tempo bem razoável... o suficiente para obter boa "audiência" e milhares de leitores. Mas não é o que acontece... Vez ou outra uma alma penada me pára e diz "Liz, andei lendo seu blog... muito legal! Gostei mesmo!" - Então... por que diabos não comentou nada, oh pobre criatura?


Será a forma como escrevo? Ou será o quê escrevo? Opto pela segunda opção! E minha querida amiga e fiel escudeira Rachel Koerich (que vai sair na Vogue) também. Como prova, leiam a seguinte conversa do msn:


Rachel diz:
seu blog eh otimo
Liz - diz:
eh
Rachel diz:
vc precisa deixar ele um pouco mais imbecil
Liz - diz:
to vendo
Rachel diz:
pra atingir as massas
Rachel diz:
vc entende...
Liz - diz:
se esta é a fórmula da felicidade...
Liz - diz:
ok
Rachel diz:
as vezes precisamos fazer sacrificios


Como eu ia dizendo...


Pensei: "o que as pessoas gostam de ler? Miséria, desgraça alheia, fofocas e SEXO!" Ok, vamos ao SEXO então...!"


Portanto, almas penadas que rondam meu blog sem comentar, a partir de agora a minha fonte primária de inspirãção será: "Sexo, sexo e sexo!" (Vide Arthur)

E grito  

Posted by: Liz Silveira


Ah... (contínuo e cheio)

Me deixem!

Me deixem estar!


Se é mentira,

Verdade...

Não importa!

Já não há!


Ah... (vazio)

Quem diria...

Quem queria?

Quem faria?

Embaçados  

Posted by: Liz Silveira


Eu tento

vou

eu vou e durmo

então acordo

- cedo -

mexo

remexo

futuco meus olhos

esfrego com os dedos

mas não

não adianta

não desembaçam


a visão é turva

nada nítida

nem se eu os molhasse

nem se chovesse em cima deles

sequer enxergariam...

não adiantaria

eles não desembaçam.

Nada, nada...  

Posted by: Liz Silveira


Tem-se muito

Não há nada


Pensa-se

Deseja-se

Almeja-se

Mas nada é


Não vai, nem vem

Em dois passos... nenhum


Sussuro

silêncio

ou grito

...tanto faz.


Não existe nada

nada mais

nada A mais.

Perde e ganha  

Posted by: Liz Silveira


Vou ganhando

vou perdendo.


Não quero uma coisa,

tampouco a outra.


Perde-se o ar quando respira

Perde-se a razão quando transpira

Perde-se a voz quando sussurra

perde-se o chão quando se atira.


Perder...


Ganhar...

Meu trago  

Posted by: Liz Silveira


Num trago

num passo

num vento de aço


A fumaça desbotada

se refaz no paladar


Derruba-me

atira-me...

arranca-me as guias


Na perfeição de um disfarce

como quem não quer nada

se desmancha no ar

e então volto a tragar.