Será inveja?  

Posted by: Liz Silveira


Às vezes me pergunto: Por que o ser humano não se faz capaz de aceitar ou, ao menos, compreender o sucesso alheio? Será esta uma generalizada imperfeição dos auto-nomeados perfeitos racionais?

Bem, com ou sem resposta para esta indagação, adianto-me e confirmo a infeliz coincidência de que "onde há sucesso há olho-gordo".

Não respondo apenas por mim... quem dera eu - humilde pensadora contemporânea - ser alvo de tantas maldades, olhares e maldizeres. Mas nesta vida observamos de tudo e, justamente por isso, afirmo com toda a minha "ciência" que a felicidade (ou o que se entende pela mesma) incomoda.



Para os "afetados", aqui vai uma simples equação:


Incapacidade + insatisfação - (autoconfiaça + criatividade) = INVEJA

E...  

Posted by: Liz Silveira


... de repente eu começo a entrar em sintonia.

Vazia  

Posted by: Liz Silveira


De repente você se depara com uma situação estranha:

Não se reconhece mais.

Eu já não me vejo nas minhas fotos, já não percebo a minha voz, ao menos entendo porque agia como eu agia.

ia...ia... eu estou ficando vazia!

Vazia de mim, vazia de ser.

Estou distante, não sei de quê... Será que é da felicidade? (O que é isso?)

De repente você percebe que nada deu certo, que deu tudo errado. Suas antigas palavras já não fazem sentido, as suas cartas e poesias não refletem mais você ao mundo, você mudou... E o pior: Pra pior ou pra melhor? Mudou como?

Olho-me no espelho e não me vejo, perco-me nos meus novos contornos e no meu olhar mais distante.

Não vejo mais graça em nada, já não faço as minhas velhas piadas, não acredito em ninguém... nem música eu ouço mais, quanto mais canta-las!

Tenho vontade de me afogar no travesseiro e só despertar em outro lugar... Bem distante...

Percebo que sou apenas uma observadora, e isso não me agrada.

Mas... Minhas esperanças?

As joguei fora.

Luto Soteropolitano  

Posted by: Liz Silveira


Por hoje mudarei as minhas coloridas letras, promovendo um luto cordial ao que se passa nestes dias turbulentos.
Antônio Carlos Magalhães morreu. Morte anunciada e esperada. Não me assombrou, nem me desesperou, nem assustou. A lei da vida é imperativa. A morte chega, até para ele, persona não acostumada a perder.

As palavras perda e ACM não rimam, não combinam, mal dialogam. Hoje a Bahia veste o seu luto e, embora haja um misto de alegria e alívio para os que não o admiravam nem suportavam ou toleravam, é inegável que esta foi, sim, uma morte significativa. O atual governador da Bahia, eleito neste final de mandato e de vida de ACM num prenúncio de que o ‘império’ e a hegemonia dele, ACM, chegavam ao fim, assim como sua vida, disse que haverá uma página na História da Bahia para tratar de ACM. Wagner foi modesto e econômico: uma página é pouco. Nos meus poucos anos de vida, pude politicamente perceber os efeitos do carlismo no meu estado e posso assegurar que ACM não é uma página apenas da história da Bahia, mas um livro inteiro, talvez mais de um volume.

A Bahia, indubitavelmente, foi o seu reino. Por inúmeras vezes, a extensão de seu poder alcançou o cenário nacional. Sua influência foi notória. E Brasília sabe disso. Ouvir sua retórica era admirável e as réplicas que fazia, coisa de mestre. Soube perder todas as batalhas e embates políticos e aqui, nesta ’sua’ Bahia, não pareceu ao povo que tivesse perdido luta alguma, porque nunca o viram senão de cabeça erguida. A imagem inabalável de um rei, como ensinou Machiavelli.

Tirano, déspota, salvador da pátria, herói (o povo se divide). Não o aplaudo, mas tiro o chapéu por saber o quanto ele foi FORTE, o quanto a sua força política afetou o estado, a política.

ACM ou Antônio Carlos Magalhães foi uma personalidade ímpar. Isso não há como negar. E nem que a Bahia viverá, a partir de sua morte, um novo tempo. Melhor ou pior só o futuro dirá.

Socorro!  

Posted by: Liz Silveira


Socorro, não estou sentindo nada

Nem medo, nem calor, nem fogo

Não vai dar mais pra chorar

Nem pra rir

Socorro, alguma alma mesmo que penada

Me empreste suas penas

Já não sinto amor nem dor

Já não sinto nada

Socorro, alguém me dê um coração

Que esse já não bate nem apanha

Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa

Qualquer coisa que se sinta

Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva

Socorro, alguma rua que me dê sentido

Em qualquer cruzamento,

Acostamento,

Encruzilhada

Socorro, eu já não sinto nada


(Socorro - Arnaldo Antunes)

Salto "vival"  

Posted by: Liz Silveira


Estou fora

Fora de mim

Fora do eixo

Ou melhor... sem eixo!





Fico pensando em que resultaria a minha vida caso eu resolvesse pular da janela de um avião...

Se restasse alguma coisa de mim, e se eu saltasse no lugar certo... Talvez os vértices se encontrassem!

Meu último dia...  

Posted by: Liz Silveira




Acredito que as pessoas sempre dizem que fariam no seu último dia na terra tudo aquilo que não tiveram coragem de fazer por toda vida, ou o que sempre fizeram escondido aos olhos dos outros e jamais tiveram vontade alguma de revelar ao mundo suas peripécias e desejos.
Quando paro para pensar no que eu faria, sabendo que só me restaria mais um dia na condição de uma reles mortal, penso que, primeiramente, seria impossível. São muitas coisas. Muitos sonhos, vontades e curiosidades para experimentar. Mas, posso tentar fazer uma prévia das minhas prioridades.
Primeiramente, uma grande parte deste precioso dia seria destinada a ficar ao lado do homem que eu amo e fazendo amor como jamais pensei que seria possível, pois, nas minhas últimas 24 horas, milagres aconteceriam. Escolheria o lugar mais alto e lindo que houvesse no mundo, com o céu mais azul e cheio de pequenas nuvens, um sol radiante e nada escaldante, as mais rosadas flores, e lindas borboletas amarelas voando. Ah, também não posso esquecer dos beija-flores com barrigas azul-marinho ou “cor-de-burro-quando-foge”! Assim como nos desenhos da Disney. Também aproveitaria para dizer tudo o que jamais seria possível em um só dia, diria tudo – exatamente tudo – o que tenho para falar, das coisas mais lindas e puras às mais vergonhosas e infames!
Além de todo este irresistível cenário de amor, eu satisfaria todas as minhas vontades ridículas e infantis, como comer 50 chocolates ao leite com recheio de caramelo, e fazer todas as minhas refeições no fast-food do shopping, com o máximo de gordura saturada e suculenta possível, por favor. Com absoluta certeza faria uma total lipo-escultura e colocaria silicone nos seios. Roubaria uma Ferrari vermelha conversível e dirigiria enlouquecidamente pela Linha Verde enrolada numa toalha de banho branca e usando um chapeuzinho de palha chiquérrimo. Na cara, um óculos escuro enorme super fashion e um batom vermelho. Assim como o que Marisa Monte usa; acertaria as contas com todas as infelizes criaturas que menos suporto no mundo quebrando um dente de cada uma, os frontais – claro; abriria todas as gaiolas que prendem belos pássaros, inclusive as da minha casa; daria caviar aos meus cachorros, só pelo simples prazer de vê-los comendo o que outros tipos de cachorros acham chique; diria EU TE AMO zilhões de vezes aos meus pais e irmãos, e agradeceria todo o amor que minha avó sempre me deu.
No fim do dia, reuniria meus amigos mais importantes e faria a festa que eu sempre quis, com tequileiros, boate “bombando”, balões em preto e branco, telão com fotos das passagens mais importantes da minha vida e artistas que brincam com fogo. Também beberia os melhores e mais variados drinques até não poder mais. Depois de um delicioso banho de espuma, compraria a maior cama do mundo só para poder adormecer ao lado das pessoas que hoje mais importam na minha vida, e, todos abraçadinhos, esperaríamos pelo fim do mundo.