Cadê a gentileza?
PostedTenho visto tanta grosseria, tanta falta de educação e cortesia...
Imagino que a vida se torna tão mais bonita e os problemas tão menores - ou mais facilmente contornáveis - quando exercitamos a boa convivência. Não há regras, basta agir com respeito ao próximo (alguns clichês se fazem necessários, sim). Gentileza gera gentileza... ou ao menos deveria.
Eu sei que não dá para ser um favo de mel 24h por dia, aliás, eu BEM sei! Mas sempre que possível, devemos tentar. Cavalheirismo não saiu de moda. Infelizmente, só está em desuso ou em stand by. As mulheres não perderam a feminilidade, a fragilidade e a doçura. Só tentamos vestir uma carapuça de Joana D´arc às vezes, pois a vida nos forçou a sermos assim. Pequenas porções de carinho - ou como quiserem chamar - podem mudar o dia de alguém. Disseram-me isso ontem, quando comprei um capuccino numa cafeteria e puxei uma breve conversa com a mocinha que ficava atrás do balcão. Contei-lhe como tinha ficado gostosa a bebida do jeito que ela havia preparado. Dali desencadeei mais uns dois ou três assuntos frívolos do cotidiano. De repente, de calada e discreta, ela se transformou em falante e sorridente. Depois me disse que não costumavam conversar com ela, exceto para reclamarem dos seus serviços.
Pronto. Aquilo foi o suficiente para que, ao menos, quinze minutos de bem estar fossem garantidos para nós duas. Mal sabe ela... Parece bobo, não?
Hoje uma amiga me confidenciou que estava aborrecida com o namorado e que estava pensando seriamente em conhecer outras pessoas. O motivo? Ela respondeu:
- "sempre que vou vê-lo me apresso no trabalho para dar tempo de ir ao salão fazer pé e mão (R$20,00), cabelos (R$30,00) e depilação completa (R$ 80,00). Depois volto louca para casa me perfumar, maquiar, escolher lingerie e uma roupa bonita. Isso quando não passo o dia à base de café e tic-tac para dar uma emagrecida emergencial! Tudo isso fora as outras milhões de coisas que tenho que pensar e gastar, como cor do esmalte, raiz do cabelo crescendo, retoque das luzes, ataques histéricos na frente do espelho... Tudo isso para o filho da puta chegar com aquela cara de corno manso dele, vestindo aquela calça que ele tem há, no mínimo, dois anos, uma camiseta qualquer, sapatos (quando usa), um perfuminho e pronto. Às vezes nem barbeado está! Fica ali, escorado na porra do banco com a cara dele de cansado e às vezes até bêbado. Nem finge que percebeu como estou. Nem para criticar, quanto mais um uau, você está maravilhosa, linda, magnífica! Ele nunca me elogia. Nem no meio da noite, nem quando puxamos um papo em que eu seja o assunto - o que é raro. Agora... ele sabe me dizer quando engordei, quando minha roupa está curta ou quando não gostou do esmalte vermelho. A menina da outra mesa ele sabe dizer como é bonita ou então a atriz daquele comercial. Mas eu não. Sou sempre uma porta, uma muleta... qualquer coisa em que ele se escore!"
Bem... isso é o que consigo e posso relatar. Fora as reclamações sexuais (conteúdo impróprio), cotidianas(programinhas a dois em casa ou em lugares bonitos), românticas (cartas, surpresas, flores, portas, carinhos, etc) ou assistenciais(ligações, preocupações, mensagens, companheirismo, etc). Enfim... o bicho pegou. Mas fiquei cá com meus botões... será que ele sabe disso? Ou será que as atenções dele estão tão voltadas para o seu próprio umbigo que ele nem percebe o zé bosta que está sendo? Bem... vai perceber quando ela tomar um chá de sumiço e ele um pé na bunda! Ou quando, simplesmente, um Ricardão sedutor e atencioso topar com ela no meio da rua e resolver lhe dar um bom dia olhando-a nos olhos...
Outro exemplo é a relação porteiro-condômino, aluno-professor, amigos, chefes-funcionários, pais-filhos, irmãos...
O exemplo homem-mulher supracitado foi extremo, eu sei. Mas é bom percebermos com os exemplos alheios que quando prestamos mais atenção aos nossos atos e fazemos o bem sem olhar a quem, ou nos esforçamos MESMO para quem merece, essa felicidade volta em dobro para nós.
Antes de me debruçar sobre o meu computador, estava pensando e tentando fazer uma auto-avaliação. Como falhamos neste aspecto! Como deixamos de fazer pequenas grandes coisas por nada...
Esquecemos de dizer a um amigo o quanto ele é especial, a um irmão o quanto o admira, aos nossos pais o quão gratos somos por tudo, a um amor (se o tiver) o quanto o ama e o que ele representa em sua vida, a uma criança como ela é esperta e até nossos bichinhos merecem. Mas, neste caso, um carinho na cabeça basta, rs!
Para começar, sugiro um pequeno exercício: Bom dia, muito obrigado e posso ajudar? Já são um bom começo...
This entry was posted
on 10:46 PM
.
You can leave a response
and follow any responses to this entry through the
Assinar:
Postar comentários (Atom)
.
Concordo plenamente! Mas certas coisas vêm de berço, coisa que poucos têm, infelizmente. Não me refiro a riqueza material, e sim de família! Você parece ser uma mulher rara, visto o que escreve e pelas fotos - claro! (risos).
Beijos, vou virar leitor!