Grandeza  

Posted by: Liz Silveira


Tenho mania de grandeza. Tenho mania de achar que tudo é maior e mais relevante. E tenho achado isso da vida...

Com uma pequena e grande ressalva: quando me refiro a vida, é em relação aos que sabem mesmo viver. Aos que não despertiçam as coisas realmente boas, aos que aguçam e alimentam sua própria curiosidade pelo mundo, aos que sabem apreciar tudo o que é mínimo, tudo o que é raro e pouco falado, conhecido ou popularmente estratificado.

Tenho pena quando vejo a quantidade de pessoas superficiais por aí. Todos ouvem as mesmas músicas, lêem as mesmas revistas, idolatram os mesmos cantores e assistem aos mesmos filmes. Além de tudo, comem as mesmas comidas e se vestem sempre iguais às outras. Gestos, choros e piadas não fogem à regra. Tudo tão plastificado, tão pouco original.

Não condeno quem gosta da Sandy, do KLB ou NX Zero, não... Mas ninguém gosta, eu acho. Ouvem por que os outros estão ouvindo por aí. Que coisa! Comecem a gostar de algo por que te desperta alguma emoção, por que você admira a qualidade técnica (ou mesmo a falta dela) do artista em questão. Gostem de um escritor por que ele é irreverente, de um ator por que interpreta bem e de uma música por que, ao menos, te faz lembrar alguém. Além de tudo, por que fez história, marcou época. Enfim...


Mas, voltando ao sentido de grandeza que quis supracitar... às vezes, meia hora de uma boa e incessante conversa já bastam para que eu tome uma injeção de ânimo e volte a exercitar minha crença no ser humano. Hoje, por exeplo, renovei a minha!


De qualquer forma, às vezes ainda me sinto muito pequena diante da imensidão desse universo e das coisas ao seu redor. Sinto-me impotente, por exemplo, quando não posso satisfazer o meu desejo de compreender aquilo ou aquela coisa lá. Sinto-me impotente quando sei que existe um metrô na Rússia onde tem cartazes rebeldes originais da época da Revolução Russa e que, difícilmente, tocarei neles. Sinto-me um nada quando imagino o calor do verão de Toscana, mas só imagino, já não posso descrevê-lo. Assim como suas muitas províncias rurais ou até mesmo as cidades com lindas construções renascentistas arquitetônicas, um verdadeiro berço da civilização antiga! Pior ainda me sinto quando vejo as fotos dos bairros góticos de barcelona, com sua arquitetura exuberante, ou pisar o mesmo chão que Antoni Gaudí pisou e embelezou... Esses e tantos outros lugares mundo afora. Ocidente e oriente, norte e sul.

Outro sentido de grandeza que quis atribuir foi ao de que às vezes esquecemos de como somos felizes ou como deixamos essa tal felicidade escorrer por entre os nossos dedos como água, sempre em busca de razões ou mais, mais, mais! Quem tem a capacidade, ou ao menos um ou dois motivos para acordar de bem com a vida e rir ao final do dia, já é o suficiente para se considerar feliz; grande! Felicidade não é estampar um largo sorriso falso no rosto quando na verdade quer mesmo é xingar alguém. Ou muito menos segurar o choro quando está triste ou com dor. Quando disse grandeza, quis me referir às pequenas grandes coisas. Isso sim. Para mim é muito.

Bem, já que não posso tocar ou pisar no mundo todo, quero ao menos entender um pouco mais o meu, o seu, o nosso.


É... não posso mentir. Mesmo ainda tão sutil, tão pequeno e tão breve, esse mundinho aqui que em dias completará o frescor dos 21 anos me consome toda energia! Rs...




Ê mundão booom...

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1 comentários

Basta uns dias s olhar seu blog e já vem um turbilhão de novas maravilhas q vc escreve. menina, menina... vc é linda e encantadora. além de escrever com a sabedoria de uma senhora vivida mesclada à graça e suavidade de uma jovem de "frescos" 21 anos.
Continue sempre assim!

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