Festa à Fantasia  

Posted by: Liz Silveira


Sempre pensei que, na vida, havia poucas coisas mais chatas do que ir a uma festa à fantasia. Era um tormento, poxa, muito mais simples seria entrar no closet, escolher dezenas de prováveis looks e, dez minutos antes de entrar no carro, resolver vestir o traje definitivo. Quando me convidavam para ir a uma em festa à fantasia, pronto, começava a agonia. Era uma semana de preparativos desesperados. Que personagem? Que maquiagem? Que penteado e, oh! Que sapato? Aliás, vou de sapato?
Acho que estou ficando velha muito rápido... tenho um evento do tipo para ir no fim de semana e ainda nem me cocei. Não sei costurar, nem sou daquelas pessoas super criativas que conseguem juntar pedaços de panos, lenços e trapos e aparecer linda e original, gabando-me ainda ao gritar aos quatro cantos : "fui eu que fiz". Meu negócio sempre foi me enfiar numa loja de aluguel de fantasia e, entre princesas, bruxas e palhaços, escolher disfarces como de cadelinha (com direito a coleirinha vermelha e unhas combinando), deusa grega, sereia, baianinha e por aí vai...
Quando resolvi, de última hora, arrumar-me em casa, a criatividade foi tanta que ao cheguei à festa não sabia nem dizer de que estava fantasiada. Foi quando um abençoado veio me cumprimentar dizendo, "porra, muito show essa roupa de frentista de gasolina clubber". Na hora não pude nem me revoltar. Quem mandou eu enfiar luvas pretas de veludo nas mãos, contrastando com a minha blusa frente única prateada e inteiramente purpurinada que, não sei porque, realçavam as minhas lentes de contato verdes?
No dia da cachorrinha, pelo menos, fui mais convicta. Encarnei a personagem. Fui com fé! Era um vestido de um ombro só, absolutamente colado ao corpo com aquela estampa bem básica de dálmata, além disso, ainda tinha uma enorme fenda lateral. Fui firme e forte para o evento, com minhas orelhinhas tortas, coleirinha vermelha no pescoço e unhas enormes pra cima e pra baixo no meu salto 15. Era praticamente uma prostituta - só que de orelhinhas. Era um tal de "a cachorrinha tem telefone?" pra cá e "deixa eu te adestrar" pra lá... um espetáculo de gentilezas no meu ouvido.
Resumindo, acho que todo mundo tem uma coleção de aventuras e desventuras em festinhas às quais comparecemos travestidos de algum ser fantástico ou real. Não estou nem um pouco preocupada com a minha escolha, certamente só saberei na véspera. Também não estou muito animada não, talvez por causa da TPM que não me deixa pensar em mais nada além de capuccinos, cigarros, chocolates e academia. Tanto faz se, de uma hora para outra eu resolver ir vestida de Cuca do Sítio do Pica Pau Amarelo ou de Mulher Gato, mas tenho certeza de que me divertirei muito, contando e relembrando casos ao lado de pessoas que fizeram parte da minha vida durante quatro longos e inesquecíveis anos...


P.S: Não. Eu não vou de Mulher Gato.

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1 comentários

hahahahahahah Fico lendo e imaginando essas situações. Cada dia melhor isso aqui!

Xêêêro

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