Coleta Seletiva  

Posted by: Liz Silveira


Tenho muitas manias, acho que todos nós. Uma delas é a mania de observar. Percebo tudo ao meu redor; tenho um radar incrível. Já é natural... Às vezes pareço estar distraída, distante... enquanto na realidade estou cá com meus botões refletindo sobre os gestos articulados e palavras alheias proferidas. Dessa mania tiro um bom proveito: a capacidade de notar as pessoas ao máximo possível, o que me permite alto poder de seleção. Estou muito assim... seletiva. Seleciono tudo, principalmente pessoas. Sou agitada, agoniada... não gosto de perder tempo. Tempo não é dinheiro, tempo é vida! E eu não suporto a idéia de desperdiçar a minha com mediocridades, ainda mais as vivas!

Por exemplo: ao entrar num carro de um desconhecido presto logo atenção no CD que estava sendo escutado. Para mim, gosto musical revela muitas coisas a respeito da personalidade e grau intelectual. Ao iniciar uma conversa presto atenção no vocabulário escolhido, no olhar dirigido e no interesse ou conhecimento da pessoa sobre determinados assuntos. Gosto de ouvir opiniões também... isso quando têm alguma formada sobre qualquer coisa que não seja festa, orkut ou o novo gadget do momento. Outra mania terrível que tenho é a de prestar atenção nas conversas alheias. Faço isso, mas não com o intúito de "entrar na semana" de alguém e sim como, digamos, objeto de pesquisa, rs.

A partir desses "métodos" pouco científicos já consigo formar uma idéia dos outros na cabeça. A partir daí já sei mais ou menos se as pessoas são interessantes ou não; merecedoras ou não de minha atenção. E que fique claro que isso serve para todos. Homens e mulheres! Quando me refiro a companhia, estrou generalizando todos os tipos.

Resumindo: gosto de pessoas interessantes; naturalmente intrigantes. Aquelas que marcam, aguçam a curiosidade e despertam aquela vontade de quero mais.


Mas pessoas assim andam em falta. Por isso, fico com meus poucos e bons! É frustrante numa roda de amigos você perceber que aquele cara ou aquela garota que, de longe, pareciam tão legais se tornarem tão nada de perto. O que mais tenho visto são pessoas previsíveis, plastificadas, réplicas dos outros. Sabe aqueles resumos de livros que baixamos na internet? Pois então, o que tenho visto por aí são resumos de pessoas! Poxa, temos a capacidade de sermos sempre tão maiores e melhores... mas parece que a cada dia que passa todos andam se contentando em ser tão pouco... e em saber menos ainda. Eu acho que falta curiosidade... Ou será que esse povo anda mesmo é com preguiça de existir?

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3 comentários

Tá massa seu blog!
adorei o texto!

pessoas interessantes...

to pensando sobre isso...

Sabe o que eu acho... refletindo aqui sobre o seu texto... acho que todos nós temos radares, até aquelas pessoas que escolhemos manter distância (ok, é uma visao otimista) quado olham pra gente devem perceber a incompatilibilidade, não é? Só são mais tolerantes e educados que a gente pra nos ignorarem. Ou talvez não, a verdade é que, com a mínima cultura e conhecimento, nos tornamos encantadores, incriveis, fantásticos, ao olhos dos ignorantes, quanto mais nos exibimos, mais nos querem perto, e mais queremos os repelir. Nao sei se é preguica de existir, ou essa mediocridade generalizada nao motiva nenhum crescimento afinal, não precisa ser muito, pra alcancar o "muito pouco" que se deseja. Sou exatamente como voce, o gosto musical importa, a educacao, a familia, o modo de se vestir, comportamento a mesa, maneira como exprime uma opniao, como se conclui um raciocinio. Somos assim por que somos raras. Não me sinto mal nem culpada por ser seletiva. Acontece que nós sabemos que a vida é curta, e não temos tempo a perder com frivolidades.

Sim, claro. Mas há algo além disso, além do óbvio. Pessoas que "se fazem" interessantes são aquelas que, mesmo em silêncio, destacam-se. Não sei como explicar exatamente... creio que seja um dom ou até mesmo uma característica, algo intrínseco.

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